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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Meu lar


Sempre sonhei em ter o meu lar. Meu cantinho, meu esconderijo, minha toca, meu lugar. Imaginava ele de mil formas diferentes... Planejava como se eu passasse o último dia da minha vida ali, no meu aconchego. Até que ele chegou, não muito majestoso, encantado ou cheio de adornos. Mas chegou sendo meu e cheio de mim, de paz, de alívio. Chegou abrindo os braços e acolhendo o meu jeito torto, me botando nos eixos. Chegou me ensinando a viver. Dizendo: "Estou aqui, daqui não saio mais!", realizando o meu sonho mais terno, mais urgente, mais redentor. Meu lar, meu amor. Onde não somente eu estou, mas meu coração também. Que seja doce enquanto puder e que as amarguras, quando vierem, não perdurem perante meu amor, meu apreço e minha afeição por tudo isto que conquistei e que tomo por meu. Ponto final.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

3 anos


Já fazem três anos.
Três longos anos...
Tudo mudou!
E eu também.
Não tenho mais as mesmas pessoas que tinha à minha volta há três anos atrás.
Minha vida não tem a mesma rotina.
E eu não sou mais a velha Andressa. A menina moça, confusa, obtusa.
Agora eu sou uma menina mulher.
Um pouco mais segura.
De coração amolecido...
Não vale a pena remoer as dores.
É terno celebrar da vida, as cores.
Sou feliz por não ser mais a mesma. A evolução é mesmo bela.
E envelhecer, é mesmo uma dádiva.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O satélite



"A verdade é que este satélite me perturbou. Não que eu dele descresse, eu que creio em tudo. Partindo do milagre e do mistério iniciais de estarmos vivos, neste maravilhoso mundo em que vivemos já não nos sobra nenhum direito ao pasmo e ao espanto. Pois tudo é milagre em torno de nós: o passeio das nuvens no céu, o pisca-pisca distante das estrelas, as ondas a se intumescerem no mar, plantas a rebentarem no chão, crianças a desabrocharem do amor. Nunca abro a veneziana sobre mais uma manhã, ou fecho-a para a noite sem esta perene, nunca assaz maravilhada sensação de milagre. E é milagre, total e cotidiano, a vida de cada homem largado neste mundo."

Retirado de um texto qualquer em um dos livros de escola da minha mãe... Achei profundo e resolvi postar apenas esse pedaço da história, que me fez pensar em tantas, tantas coisas dessa vida que ainda me deixam questões e dúvidas, espantos e contemplações.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um mundo quase perdido.




Existe um mundo que ninguém vê...
Um mundo que se esconde sob meus olhos.  Que se esconde sob minha pupilas, perdidas, que a todo custo tentam focar algo que vale a pena ser observado.
Neste mundo, meus caros... Eu costumo separar as pessoas e as coisas em Deuses e monstros. Existe uma outra categoria: A dos pobres mortais. Mas são tão insignificantes que hoje ninguém quer mais falar deles. São antiquados, procuram salvar valores quase mortos pelos Deuses e monstros.
Os Deuses até que são legais. Eles tem aquela aura mística a sua volta, brilhando como uma auréola imbecil. Têm sucesso, têm a vida em suas mãos,  têm dinheiro, têm controle, têm pessoas... Nossa. Como eles têm tudo! Como eles seduzem com aquele rostos cheios de poder e ambição! Como eles são belos, mas ao mesmo tempo frágeis!
É que na verdade tudo não passa de uma fachada.
Tão grande quanto suas riquezas terrenas é a pobreza de espírito que eles têm. Tão doentes que procuram em qualquer brilho de riqueza material uma faísca para acender as suas  felicidades. Nem isso conseguem.
Eles podem ter poder sobre tudo.
Mas...
Eles não tem poder sobre si mesmos. E é isso o que os acaba matando. É aquele calcanhar de Aquiles que todo mundo têm.
E os monstros...
Eles são terríveis. Suas habilidades de estragar tudo a sua volta é incrível. A única coisa crível aqui é a de que a maioria deles são pobres de coisas e alma. Se fossem ricos de coisas, seriam Deuses (Apenas monstros disfarçados de Deuses.). Se fossem ricos de alma, seriam pobre mortais, porque a riqueza d'alma nos priva de qualquer fraqueza fútil.
Eles têm a capacidade de sugar as ideias, as vidas, as felicidades, as desgraças alheias. Tudo para alimentar sua pobre alma, clamante do que não lhes pertence.
Eles cobiçam e invejam. Degradam e destroem. Às vezes matam e escondem. Mas todos sabem que são eles, porque tudo é percebido nos seus próprios olhos, envoltos na mais escura desgraça humana.
Eu não sei como me protejo.
Já sofri por Deuses e monstros. Mas hoje não mais.
Acabei encontrando alguns pobres mortais durante minha vida. Eles são tudo o que tenho e a essência do que sou.
Seguimos lutando, meus caros, mas é muito difícil. Ser um Deus ou monstro parece muito atraente enquanto o mundo cada vez fica mais descartável e estereotipado.
Mas não vamos desistir. Um dia, quem sabe, os Deuses vão cair e os monstros vão sucumbir. E então, o mundo poderia voltar a ser aquele lugar pacífico que nós conhecíamos, há muito tempo atrás.

-- Fiz esta pequena história, conto, chamem do que quiser kk, ao som de Lana Del Rey - Gods and Monsters, que me inspirou muito. Gostei muito, uma visão figurada do nosso mundo real, também quase perdido pelas pessoas ruins, com suas diversas facetas, mas, um mundo que por sua sorte ainda conta com pessoas de bom coração e índole." --